Sexta-feira, 13 de Junho de 2008 |
A música moderna japonesa | |||||
Na última reportagem da série Olhar Japonês, você vai ver as influências ocidentais que o Japão absorveu e que agora manda de volta para nós em produtos musicais de grande sucesso. Até mesmo no rock, o Japão absorveu influências ocidentais e as mandou de volta para nós em produtos musicais de grande sucesso. A música moderna japonesa e seu intercâmbio com o Brasil são tema da última reportagem da nossa série especial sobre a cultura japonesa. Sons milenares perpetuam a tradição, mas a voz do Japão vai além. Desde que o rock invadiu a ilha, notas de influência ocidental ecoam nas garagens. As meninas do "Five, six, seven, eight´s", ganharam projeção cantando uma das músicas do filme "Kill Bill". A banda está no documentário que esta jornalista fez sobre a cena underground de Tóquio. Os japoneses saboreiam a liberdade do rock, sob influência dos anos 50 e 60. "Eles acabam pescando coisas de um lado e do outro, reproduzindo, mas com um molho bem japonês. O rock japonês é uma coisa muito intensa mesmo, eles são muito sinceros, tocam como se cada show fosse ser o último da vida deles”, afirma Pamela Valente, cineata. Caldeirão de influências que virou sucesso no Brasil. Até a coreografia das boates de Tóquio esquenta as baladas dos trópicos. A sintonia ocidente-oriente produziu a mais improvável das misturas: uma japonesa que canta funk carioca. "Conheci o funk numa festa de amigos brasileiros no Japão. Quando ouvi, disse: meu deus, isso é muito bom!" Tigarah, que trocou a carreira de cientista política pela música, dançou até o "Créu" em São Paulo, ao lado da ídola, Deise Tigrona. A banda brasileira fez o inverso. O repertório é de músicas de desenhos animados japoneses e “j-pop”, o pop de lá. O vocalista, único não descendente de japonês, canta sem entender a língua. "Decoro as letras, procuro ler sempre, ouvir bastante, que aí ela vai memorizando”, diz Eduardo Capelo, vocalista. Mas foi com uma fórmula genuinamente japonesa que o país revolucionou a relação de muita gente com a música. O karaokê, que transforma qualquer um em cantor, se espalhou pelo mundo. No país de origem, é uma maneira de descontrair. "Os japoneses eles são muito regrados, tudo o que é regra tem que ser cumprido e no karaokê é a hora que você fala: eu posso pegar esse microfone do jeito que eu quiser e cantar o que eu quiser”, explica Renato Siqueira, especialista em cultura japonesa. Mas nem todo karaokê é tão livre assim. Os próprios japoneses, sempre muito organizados, deram um jeito de encher a brincadeira de regras. Em concursos oficiais, que acontecem nos fins de semana em São Paulo, tudo é levado a sério. Os cantores ensaiam vários dias antes de subir ao palco. A performance é avaliada por jurados, que seguem um regulamento. Os concursos distribuem troféus e têm figurino peculiar. Só em São Paulo, são 250 associações e 10 mil cantores. A maioria canta o “enka”, música que fala de amor e separação, e ajuda a vencer a timidez. "Japonês não consegue nem dar bom dia e ultimamente, graças ao karaokê, a gente está conseguindo dizer até boa tarde". Luiz Yuki, presidente da União Paulista de Karaokê. Combinando influências, Brasil e Japão se afinam na música e fogem de todos os rótulos. Fonte:http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20080613-323747,00.html |
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