domingo, 8 de junho de 2008

CANÇÃO DE NINAR

CANÇÃO DE NINAR – 11/05/08

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Sonhas com a floresta encantada,

De onde os pássaros cantarolam.

São sinfonias alegremente fúnebres,

Que sob o acompanhamento das folhas secas,

Escarra o lagarto, antes de terminar sua janta.

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Estou na tua cama, acalme-se.

Minha varinha de condão arrancará suas vísceras.

Esqueça-se de tudo, dorme tranqüila.

Ouçais o som da cachoeira.

Derramas o sangue em lindas cascatas.

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Abraça teu alvo travesseiro e colore rubramente.

Pintura suave, graciosa angelical,

Mosaico vivo, por enquanto.

Definha lentamente esculpindo belezas torpes.

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Tua boca roxeada de frio,

Solitária em teu ultimo leito.

Faço-te companhia, não se preocupe.

Observar-te-ei moribunda e esquálida,

E anotarei em teu epitáfio teus desejos.

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Esperarei por ti, para oscular-te a face.

Lamber-te-ei tuas pulorentas chagas.

Não se preocupe, não está mais só,

Farei companhia a ti pela eternidade.

Dorme menina triste Quero tu’alma.

Sufoque-se com tua derradeira lágrima,

Teu vomito não fará mais isso.

Dorme menina triste.

O sono dos bravos.

O reino dos justos.

Quero tua alma.

Dorme menina triste...

Dorme...

Nenhum comentário:

Resistência