quinta-feira, 18 de março de 2010

A falta de cultura e um estado falido...

Criança é arrancada da mãe em Jundiaí

Por determinação da justiça uma criança de um ano foi retirada dos braços da mãe em Jundiaí, no interior de SP.A mãe é acusada de pedir dinheiro na rua e de usar a menina para sensibilizar as pessoas.




A mãe, que é cigana, chora. Ela ainda esta com a filha de 1 ano e 2 meses.
Depois do depoimento na delegacia ela é avisada da decisão da justiça e se desespera.

Um guarda imobiliza mãe, enquanto a outra guarda pega a criança para levá-la a um abrigo de menores.

“Você tem filho, você vai pagar. Deus é grande”, diz a mãe da criança.

As ciganas que são de Jacutinga, Minas Gerais, foram detidas numa das ruas mais movimentadas do centro de Jundiaí. De acordo com a denúncia anônima feita à vara de Infância e Juventude, as mulheres pediam esmola e usavam a criança para sensibilizar os doadores.

A mãe nega a denúncia. “Eu tava lendo sorte, vendo mãos”, afirma.

A guarda municipal de Jundiaí disse que só cumpriu a ordem da justiça que desconsiderou que a menina estava exposta a riscos.

“Dentro das condições reunidas no momento, não tinha outra forma se não aquela, tentar conter a emoção da mãe e tentar da mesma forma cumprir a determinação judicial”, declara Solange Giotto, presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Segundo uma psicóloga do abrigo, a menina ainda chora muito. Para ela, a separação de mãe e filha foi muito violenta e que haveria outras opções menos traumáticas.

“Por exemplo, trazendo esta mãe ao abrigo, fazendo com que ela visitasse a casa, visse onde esta criança iria dormir, iria fazer as refeições, brincar, pra que ambas se tranquilizassem e a mãe fosse embora um pouquinho mais calma sabendo onde a filha ficaria”, diz

Para a pedagoga, mestre em psicologia, o ideal seria encontrar maneiras de unir mãe e filha. “Porque não deixar que este laço afetivo continue? Porque não achar uma saída para que esta convivência seja possível. Esta mãe precisa ser acolhida também. Se ela está lá pedindo esmola, desempregada e tendo a filha para cuidar, então também eu acho que ela tem que ser acolhida, acompanhada”, diz Sônia Chebel, pedagoga.




Justiça deve decidir destino de criança retirada da mãe

A justiça deve decidir nesta quinta-feira (18), à tarde, o destino da menina. A separação foi motivada pela denúncia de que a mãe usava a criança para pedir dinheiro na rua.

Sandro Zeppi - Jundiaí, SP




Dois dias e meio depois da separação, Dervana Dias estava ansiosa para o reencontro com a filha. O choro era de emoção. Mãe, pai e filha pareciam se entender. Os parentes também pegaram a criança.

A criança foi retirada dos pais por determinação da justiça na última segunda-feira e levada para um abrigo. De acordo com uma denúncia anônima ao Conselho Tutelar, a mãe e as outras ciganas pediam dinheiro na rua, no centro de Jundiaí, e usavam a menina para sensibilizar as pessoas.

Os pais negam esta versão. O tio da menina falou sobre o estilo de vida dos ciganos. “A gente se sente feliz viajando, botando as malas no carro e indo de cidade a cidade, acampando, vendendo. Se você colocar alguém num prédio cheio de ouro, a gente não quer. A gente se sente feliz viajando e as crianças são todas saudáveis, porque a gente respira um ar puro”, fala Divino Dias, comerciante.

Mãe de dois filhos e avó de três netos, a inspetora da Guarda Civil Metropolitana, Ísis Regina de Abreu Fernandes, falou ao portal de notícias da Globo. Foi a guarda tirou a criança dos braços da mãe.

"Ninguém acredita realmente que existe algum prazer neste ato. Se alguém pensa, em sã consciência, que eu tive que tomar essa atitude com agrado, isso é impossível. A gente se coloca no lugar, tem aquela empatia pela mãe, mas infelizmente eu estava lá como profissional. Havia uma determinação que eu tinha que cumprir".

Nesta tarde os pais da menina terão uma audiência na Vara da Infância e Juventude, no fórum de Jundiaí. Eles vão tentar explicar ao juiz que não pediam dinheiro na rua como foi denunciado ao Conselho Tutelar. Vão dizer também que têm condições de criar a filha.

“Espero que o juiz libere minha filha. Eu tenho condição de criar minha fila”, diz Dervana Dias, mãe da criança.


Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1535024-16022,00-JUSTICA+DEVE+DECIDIR+DESTINO+DE+CRIANCA+RETIRADA+DA+MAE.html

http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1533383-16022,00-CRIANCA+E+ARRANCADA+DA+MAE+EM+JUNDIAI.html

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É inacreditável, que nos dias de hoje, ainda as pessoas não saibam o que é um cigano, e o modo de vida deles.

O que é pior do que isto? Um Estado falido que não tem condições de sequer apurar a verdade.

Vendo a reportagem, eu acredito que psicologa, e pedagoga podem mudar de profissão ou estudar história e sociologia.

O despreparo é mais do que evidente para uma situação como esta. A minha indignação não é apenas no fato de como se procedeu a situação, mas no fato de quem expediu tal ordem não ter a menor noção dos fatos.

Agora é assim: medida cautelar, não interessam os fatos.

O buraco que se cava neste país é cada vez maior...

terça-feira, 16 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Na balança

A algum tempo, eu venho apenas observando o dia a dia em que vivemos, e me indignando cada vez mais...

Houve um tempo em que realmente cheguei a acreditar que no futuro seria diferente.

MANDALA. Assim defino a vida de um olhar nada satisfeito com ela. E por mais que cresçamos a tendência a mudar efetivamente é nula. posto que o equilíbrio "bem X mal", "certo X errado" vão sempre existir até por definição delas mesmas um não haveria sem o outro...

Mas os níveis de hoje estão absurdamente fora de controle e totalmente desprovidos de algo ou alguém que possa neste momento fazer a diferença.

Minha divagação não vê esperança, onde mora o motor mor da humanidade, que realmente acaba por ESPERAR e não por fazer. Hoje nos acomodamos, esperando e esperando e indignados com tudo o que acontece, continuamos apáticos e imóveis porque somos assim em nossa maioria.

O lixo vai se acumular.

Os Bandidos vão governar.

E tudo aquilo que construímos vai desmoronar.

E eu pergunto a você leitor: pra você faz alguma diferença? O que de prático você faz para que isso seja diferente?

Resistência